quinta-feira, março 03, 2011

Se o país está todo à rasca, levantemos todos a voz!


Surpreendentemente, ou nem tanto para quem persiste em viver a realidade que não aparece nos jornais e telejornais, todos feitos no círculo limitado em que se movimentam políticos e jornalistas, os movimentos de contestação e protesto que surgiram no ciberespaço, essencialmente no facebook, parecem estar longe de se esboroar, e antes parecem ganhar cada vez maior expressão quantitativa.
Poderão vir a constituir uma verdadeira onda que transborde para toda a sociedade, designadamente para as ruas, e transformar-se numa vaga que exprima um autêntico movimento da opinião pública?
Ainda é cedo para o saber, e para já o que se pode afirmar é que muita da agitação explica-se pelo contágio, nascido do paralelismo com outros fenómenos e outras terras. Mas nem tudo se pode explicar pelo simples mimetismo; as causas do descontentamento são reais, e a dimensão assumida pelo movimento, e a natureza das críticas levantadas, bem presentes em todas as intervenções e desabafos dos seus activistas, permite antever uma realidade bem mais consistente do que ao princípio todos tenderiam a imaginar.
Poderá a dinâmica suscitada fazer nascer uma nova consciência política, e vir mesmo a traduzir-se, senão num programa, ao menos num caderno de reivindicações que signifique um autêntico cheque mate à situação política vigente? É isso que ainda se afigura duvidoso.
Porém, algo se pode desde já observar, para nós de importância extraordinária: os mais notórios tenores e serventuários da ordem instituída começaram a alarmar-se com a dimensão e o sentido do movimento. Já se ouvem a tinir as habituais campainhas de alarme. Ora o facto é decisivo, determinante, critério infalível para definição da nossa própria posição. Se eles estão contra, nós estamos a favor.
Levantemo-nos, pois, todos os portugueses que sonhamos a esperança de um Portugal restaurado; contra as quadrilhas partidárias, as redes maçónicas, as mafias dos negócios, a bancocracia, todas elas aliás estreitamente interligadas e interdependentes, levantemos a revolta, a voz do povo em demanda de um futuro diferente.