sexta-feira, março 20, 2009

Estado estacionário (com paragem no Facebook)

Ultimamente, quando me perguntam como me sinto lembro-me da resposta daquele nosso amigo portuense, filósofo anti-democrata, que em situação similar, andando de médico em médico sujeito aos tratos de polé que são de regra na arte, dizia resignado: - "Sabes, agora andam a enfiar-me coisas no cu... O que vale é que com a minha idade já não deve haver perigo de me habituar!"
Penso que o desabafo traz implícito uns laivos de homofobia, não sei se susceptível ou não de responsabilização criminal, e consequentemente não posso identificar o agente do crime para fora do círculo restrito dos amigos que nesta altura se estão a rir (mas recusarão certamente reconhecer o culpado se para tanto forem instados pelas novas brigadas de correcção de costumes). Seja como for: a fonte é fidedigna e já nos rimos os dois com gosto à conta do achado.
Entretanto continuo por aqui, até o cansaço me vencer (os blogues normalmente nascem e morrem por causas dos autores, ao contrário do que seria de bom tom dizer - fica bem responsabilizar os leitores, fazer-lhes coceguinhas no ego a ronronar que ficamos enquanto eles quiserem, etc. e tal, mas é patentemente falso).
E fui descobrindo agora o fabuloso universo das "redes sociais"!... Aquilo sim - um autêntico universo paralelo, que está entre nós e que eu desconhecia de todo na ignara placidez em que vivia. Então o Facebook!... O amigo Walter crismou-o de hi5 da terceira idade. Pode ser que tenha alguma pontinha de razão (não tem, a verdade é que por lá encontro os amigos mas encontro cada vez mais os filhos dos amigos). Mas a diferença mais notória é outra: descrevi-a eu em correspondência com o amigo João, explicando-lhe que o Hi5 está para o Facebook assim como a Costa da Caparica aos domingos de verão está para (por exemplo) São Martinho do Porto no tempo em que lhe chamavam o "bidé das marquesas". Tenho-me cansado a explorar o Facebook e ainda não encontrei nem uma Kátia Vanessa. E a maioria dos frequentadores não dispensa, pelo menos, dois apelidos.
Todavia, fora os tiques e ademanes de tasca burguesa, com muitas vénias e salamaleques, prendinhas e mariquices (caramba, lá estou eu inadvertidamente a escorregar na homofobia...) de circunstância, aquilo até tem piada. É viciante. E tem imensas potencialidades. Um mundo por explorar.
Já sabem: agora encontram-me no Facebook.

1 Comments:

At 1:33 da manhã, Blogger António Bastos said...

Obrigado pelas gargalhadas que me proporcionou! Parabéns pela homofobia, é tão salutar!

 

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