quarta-feira, agosto 13, 2008

Nariz-de-sola

Em Portugal sofreu o título algo estranho de "O monstro fascinante".
O autor tinha-lhe chamado cruamente "Nez de Cuir - Gentilhomme d´Amour", e creio que este nome corresponde muito melhor à obra que quis oferecer a público. Os editores de cá podiam vantajosamente ter optado por "Nariz-de-sola", em vez da bizarra escolha do "monstro fascinante".
Juntamente com "O Centauro de Deus" é uma das narrativas de Jean de la Varende que me ocupou nestes dias de lazer.
Como curiosidade, vejo que a obra deu origem a um filme: apareceu em 1952, do realizador Yves Allégret, e chamou-se precisamente Nez-de-Cuir. Contou com Jean Marais, no protagonista, e Françoise Christophe. Disto só poderão eventualmente falar Miguel Freitas da Costa ou Eurico de Barros, que são os donos das mais prodigiosas memórias cinematográficas da blogosfera.
Quanto ao livro: uma Normandia que já não é, já não era quando o autor ficcionava, e não sabemos se alguma vez foi. Aristocrático e telúrico, como La Varende. Um livro sobre a terra, sobre as gentes, sobre os tempos - em visão de pintor.