sexta-feira, junho 20, 2008

Identidade e individualidade nacional

(reflexões do Tenente-Coronel João José Brandão Ferreira)

Falar de identidade e individualidade nacional é um assunto de todos os tempos e de todos os cidadãos.
Sem embargo, a sua relevância varia com a conjuntura quer nacional, quer internacional e a sua importância abrange os portugueses de todas as condições sociais sem todavia pôr em causa a prioridade que deve ser dada àqueles que se destinam a ocupar lugares de responsabilidade.
Tenho para mim que, actualmente, vivemos tempos em que a reflexão sobre estes conceitos é mais importante do que nunca. Por um lado, vivemos tempos de globalização em todos os aspectos da actividade humana - e não quero deixar passar a oportunidade para frisar que a primeira globalização foi feita pelos portugueses, não só porque puseram todo o mundo em comum mas, ainda, porque tentaram construír um projecto de unidade espiritual sob a égide portuguesa.
Ora só sobreviveremos a esta globalização se conseguirmos manter uma mais valia colectiva em termos qualitativos e quantitativos.
Por outro lado, o mundo cada vez é mais atravessado por internacionalismos e por organizações de carácter transversal. E Portugal pertence ainda a diversas organizações internacionais políticas, económicas e de segurança e defesa.
A nível da União Europeia existem teses de futuro de carácter federalista e de ambos os lados da fronteira Luso-Espanhola continuam vivos sonhos de União Ibérica. As ameaças à identidade e individualidade portuguesa são pois vastas e de muitos matizes. Mas não ficamos por aqui - o nível da consciencialização da sociedade para esta problemática está cada vez mais frágil.
Primeiro pela escola que não ensina; depois pela acção deletéria dos media; por correntes doutrinárias e filosóficas com preponderância em meios intelectuais e artísticos; pelo fim do serviço militar obrigatório, etc. E também pela desagregação da família tradicional. Não nos devemos esquecer que uma Nação não é mais do que um conjunto de famílias, se quisermos, uma família grande.
Finalmente pelo próprio discurso oficial que maioritariamente esquece estes conceitos. E quando fala limita-se a aspectos de identidade - como a língua, por exemplo -, deixando cair o termo individualidade que obviamente está ligado à soberania e independência.
Ora, caros leitores, eu não sei como se consegue manter uma sem a outra. E pergunto ainda para que é que nos serve a identidade se não quisermos assumir uma individualidade ...
Vou tentar ilustrar o que estou a dizer com um pequeno exemplo.Todos os 1º de Dezembro comemora-se o feriado do 1º de Dezembro, onde se comemora a restauração da independência nacional, ou melhor dizendo, se comemora a data em que a coroa portuguesa deixou de estar associada à coroa espanhola.
Quantos dos leitores já participaram nas cerimónias?. E no 10 de Junho, onde se comemora o dia de Portugal? Muito poucos,certamente!
Mas não fiquem acabrunhados,a maioria de quem está a ler este escrito faz parte do esmagador número de portugueses para quem os feriados são apenas um dia para folgarem.
E o mesmo se vai passando com as entidades oficiais, que se limitam a promover pequenas cerimónias algo soporíferas.
Ora se quase ninguém no País liga ao significado dos feriados, justifica-se que eles existam? E notem que não estou a falar de feriados religiosos que apenas vinculam os crentes, nem de datas que possam não ser consensuais na sociedade portuguesa, como sejam o 5 de Outubro ou o 25 de Abril, por exemplo, mas sim a duas efemérides em que se comemora e exalta a nação dos portugueses e a Independência Nacional.

(...)

2 Comments:

At 7:30 da manhã, Anonymous Anónimo said...

O que se passa hoje em dia é que o Zé Pagode apenas quer aproveitar os feriados, quaisquer que eles sejam, para descansar ou se divertir.
Nem quer saber dos seus santinhos.
Naqueles que são referidos, nem o 1º de Dezembro, data da restauração da independência, em que corremos com os espanhóis daqui para fora, nem o 10 de Junho, com a celebração do dia de Portugal; e, muito menos ainda, o 5 de Outubro - que já ninguém sabe a parvoíce trágica que foi - ou o 25 de Abril, a maior tragédia, de que alguns só se lembram por que os (des)governos mandam nas marionetes da comunicação social - sendo também certo que pouco mais sabem além de que foi uma reinação da tropa.
E a questão é esta: sabendo que o Povo deve ser reeducado e que esse trabalho compete aos (des)governos que dirigem o Estado, quem é que mete ombros a essa tarefa?
Se calhar, não é preciso dizer mais nada...

Nuno

 
At 1:36 da manhã, Blogger C said...

Caro Confrade,

Junto envio em anexo o nº007 do novo semanário nacional "O REGISTO", consulte e distribua pelos amigos.

http://osevero.blogspot.com/2008/06/nigel-farage-denuncia-totalitarismo-e.html

Um abraço,
VRC

 

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