quarta-feira, maio 21, 2008

Clint Eastwood

Eurico de Barros, em Cannes, fala-nos de Clint Eastwood.
Partilho o apreço: magnífico envelhecimento, o de Clint Eastwood.

1 Comments:

At 9:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

E pensarmos que ele começou nos very low budget western spaghettis, autênticas pepineiras - antes destes nada fez de substancial, bem pelo contrário - para sorrir e pouco mais, ou até a fazerem-nos abandonar a sala a meio dos filmes, onde atingiu alguma projecção pelo menos europeia, porque nos E.U. nem isso, por simplesmente serem ignorados. Pelo grande público, quero eu dizer, porque filmes d'acção do oeste tinham lá eles muitos e incomparàvelmente melhores, peritos que são nesse género como é sabido. Ele próprio tem uma péssima impressão dessas inutilidades em que foi o principal protagonista. Fê-los porque precisava do dinheiro, como afirmou.
Mas passados que foram muitos anos sobre essas italianadas para esquecer (facto por ele também referido) feitas para singrar na profissão, ganhar algum traquejo, entretanto conseguido, na arte de representar e principalmente ter ordenado fixo ao fim do mês para pagar a renda da casa, eis que Clint se torna num senhor actor e, melhor ainda, num excelente argumentista e realizador. Para lenta e muito subtilmente, ou se calhar nem tanto, começar a retratar a verdadeira podridão moral da américa profunda sem citar classes ou nomes, o que nem sequer lhe é necessário, aliás subentendidos na maior parte dos enredos e personagens que propositadamente tem escolhido, hàbilmente rebuscados nos arquivos policiais (aparentemente) enterrados e esquecidos. E aqui reside o seu verdadeiro golpe d'asa a merecer todos os encómios. Como Clint, haverá mais dois três realizadores conhecidos a dedicaram-se a esta curiosa e um tanto perigosa mas oportuna tarefa, ao levantar uma certa e incómoda poeira dos tempos. Perigosa mas não para ele que sabe como lá chegar e, ao que parece, com bastante poder para isso. Resta saber que poder. Se este se basear sómente na sua longevidade como actor, óptimo. Um grande senhor do cinema, apesar de tudo. Como eles lá dizem em casos semelhantes: Bravo Clint Eastwood!

Há alguém, que foi próximo dele e também ligado ao cinema, que não tem grande opinião sobre a sua personalidade, pessoa essa que afirmou ter ele muito poder naquele meio (se também político, ficou por dizer), daí o seu sucesso. Quando vejo as suas entrevistas e filmes, vêem-me inconscientemente à memória estas palavras e muito embora não saiba se elas são totalmente verdadeiras ou um tanto exageradas - entre outras coisas esta pessoa também assegurou que, devido ao poder que detém, ele pode, se assim o desejar, destruir a carreira de uma actriz em menos de nada, ou seja, detém um poder igual ao que os antigos grandes (e odiados) produtores e realizadores de Hollywood possuiam - que também era político - e exerciam despòticamente, destruíndo a seu bel-prazer e ùnicamente por vingança, as carreiras e consequentemente as vidas de muitos artistas e nestes estão incluídos todos quantos trabalhavam nos grandes estúdios, do mais categorizado actor ou actriz ao mais humilde electricista, que não lhes caíam no goto por qualquer motivo frívolo, ou não tão frívolo assim, como aconteceu inúmeras vezes - por mais que tente não sou capaz de me abstrair completamente delas e dar aos seus filmes todo o valor que indubitàvelmente merecem. Independentemente das mensagens positivas que eles transmitem ao mundo sobretudo norte-americano, Canadá incluído, como é sua primeiríssima intenção. Aqui o seu mérito é absoluto e, convenhamos, já não é nada pouco. Como argumentista e realizador, Clint Eastwood não será esquecido.

Maria

 

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