sábado, abril 19, 2008

Patriotismos

No Público de hoje, após dissertar generosamente sobre o patriotismo dos milhares e milhares de portugueses que fizeram a guerra do Ultramar, a propósito de uma série documental de Joaquim Furtado, Pacheco Pereira acaba com tremeliques na voz a erguer ao pedestal os que tomaram o caminho oposto.
"O que é que movia quem se recusava a fazer a guerra colonial? Ideologia, "anticolonialismo", ser contra Salazar, comunismo, pacifismo, objecção de consciência? De tudo um pouco, mas, bem vistas as coisas, a esta distância, é a mesma atitude que vejo nos homens de 1961 que aparecem nesta série televisiva: patriotismo. Por isso, uma natural proximidade devia envolver os homens desses dois mundos, cada um patriota a seu modo, acima de tudo na disponibilidade de viver uma vida difícil e perigosa por alguma coisa que não era individual, mas estava acima do conforto de cada um."
Apetecia-me dizer que é abjecta a equiparação entre os que se bateram e os que fugiram, ente os que aceitaram humildemente a sua pertença a um todo que os chamava ao sacrifício e aqueles que o renegaram, em nome de outras fidelidades ou por mero instinto das tripas.
Mas não vale a pena. Acho que desta vez Pacheco emaluqueceu, como lhe acontece às vezes.

4 Comments:

At 8:57 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Tem alguma razão, embora os que recusaram fazer a guerra colonial, por convicção de que eram, colonos e colonizadores, que deveriam resolver entre si o problema.
Afinal os que recusaram a fazer a guerra colonial, acabaram por ter razão, não participaram num esforço vão, que culminou na entrega das colónias, pelos que fizeram a guerra e à custa dela medraram.

 
At 10:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sabe que mais, senhor Manuel Azinhal? Respeito muito quem fez «guerra» por simples cumprimento de um dever de fidelidade, matasse embora, dependurasse cabeças espetadas de «pretos turras», ou incendiasse de tocha aldeias inteiras. EU NUNCA APONTEI ARMA A NINGUÉM NEM MATEI NEM VI ÁFRICA SENÃO ATÉ AÇORES... Mas digo-lhe amigo que melhor me teria governado se tivesse sido «capitão» de Abril ou doutra qualquer guerra... Ou tivesse sido deputado laureado iluminado jurista ou advogado do diabo. Pois amigo como lhe dizia fazer paz custa bem mais do que fazer guerra -- entenda-me -- a paz exige Homens e não Corpos Expedicionários. Entendo bem o que o senhor quer dizer por amaluquecer.
Feliz ou infelismente e graças a Deus e à da Fátima Senhora sei hoje bem da infame ignomínia baptizada de «patriotismo» e sei também que há como diz JPP patriotismo e patriotismos. Custa-me lhe dizer amigo que o sei a próprias custas. Mas nisto de custas o mais caro preço já Cristo o pagou e de uma vez por todas. Se quizer, amigo, responda ou pergunte que lerei ouvirei e responderei com a graça do Espírito... e a portuguesa lei da palavra.

 
At 7:33 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Lá que há gajos doidos, há...

 
At 8:53 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Cabe aqui a paulina palavrinha: «Alegrai-vos, filhinhos, que loucura, para olhos do mundo, é, para Deus, sabedoria...»
Bom dia, e até amanhã.

 

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