quarta-feira, abril 30, 2008

O essencial é escolher protagonista que ganhe eleições

"A candidata a presidente do PSD Manuela Ferreira Leite defendeu ontem que o essencial é o partido escolher um protagonista que ganhe eleições, sem o qual de nada servem boas propostas e uma boa estratégia.
Questionada à entrada para a sua primeira acção de campanha sobre a sua definição ideológica, Manuela Ferreira Leite respondeu: "Eu sou social-democrata".

No fundo o que eu pretendia dizer quando ontem comentava um escrito de Rui Albuquerque acabou por ficar por dizer. Era em resumo que se a Dra. Manuela Ferreira Leite fosse realmente identificada pela direita que existe, e por ela tomada a sério, como um eventual líder "austero, grave, autoritário, trabalhador, culto, avesso à multidão", parecia-me seguro que perderia estas eleições.
A direita que conta politicamente, e tem sido sempre assim nestes anos que levamos de vida, não é de gente que sacrifique as suas vidas por causa de ideais, é da gente que de bom grado troca quaisquer ideais pelas suas ricas vidinhas.
Se a Dona Manuela se meter ou for metida nesse retrato pintado pelo Rui, ganha o Santana Lopes. Para ela ganhar, não pode ser isso, nem tida como tal.
Todavia, como se vê, ela está a precaver-se. Poderá não bastar: ela nunca se sujeitou a eleição nenhuma, e os seus dois apoderados principais, Marcelo e Pacheco, também não têm um historial eleitoral nada famoso. Santana tem mais queda para esses futebóis. Seja como for, com ele ou com ela, nem a direita muda o que quer que seja nem do PSD virá nada que não seja já visto. Reprise, apenas reprise.
Quanto à minha discussão particular, reitero o que tentei dizer: a direita não é assim, essa direita não existe.