quinta-feira, março 20, 2008

Resulta sempre

Se repararmos neles, veremos que não há figurão que apareça no telejornal a insurgir-se contra os privilégios desta ou daquela classe profissional, das que à vez vão ficando sob a mira governamental, que não goze de muito melhor situação do que a daqueles que aponta para o pelourinho da opinião pública.
Cidadãos que há décadas vivem à custa de prebendas que sacam directamente dos cofres públicos, desde as reformas vitalícias com dez anos de serviço até às acumulações várias com as comissões, os conselhos de administração, a mama dos pareceres e das avenças, surgem nas vestes da catões moralizadores a clamar contra os privilégios dos funcionários públicos...
E o povinho nem repara quem eles são, os vitais moreiras da praça, e dói-se com a injustiça das vidas regaladas de professores, de funcionários, de polícias, de magistrados, de militares, etc. etc.
Um grupo de cada vez, laminado na praça pública, numa estratégia de salamização que resulta sempre em terra de invejosos. Enquanto são uns a levar, os outros descansam e pensam que não é nada com eles.
Por este andar, não se vê quem possa escapar ao rolo compressor dos privilégios que nos desgraçavam as finanças... para além dos políticos, evidentemente. Esses não têm privilégios.
Eles e os jornalistas, claro. Em simbiose perfeita e harmoniosa, até conseguem pôr cada grupo profissional a apontar com indignação para privilégios que julgam que os outros têm...
Resulta sempre, por razões tão mesquinhas que custa referi-las.

1 Comments:

At 12:22 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Eles têm lata para dar e vender (mas sobretudo para roubar) e a hipocrisia é a sua imagem de marca. Se a lata pagasse imposto, por pequeno que fosse, Portugal era mais rico do que o Sultanato do Barhein.

Maria

 

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