sexta-feira, outubro 12, 2007

Silêncios que gritam


Estranho silêncio o dos principais actores políticos sobre o teor de escutas anexas aos autos do caso Portucale – com conversas entre Abel Pinheiro, Rui Pereira, Fernando Marques da Costa e Paulo Portas –, prova das jogadas de bastidores para a destituição de Souto de Moura antes do final do mandato na procuradoria-geral da República, na altura em que o PS ascendeu ao poder e ainda com Jorge Sampaio em Belém. E prova também de que Abel Pinheiro, à época dirigente do CDS, procurou informar-se sobre a existência de eventual investigação ou inquérito sobre o partido ou seus dirigentes recorrendo a Rui Pereira; e de que este se predispôs a efectuar diligências no sentido de satisfazer tal pedido.
(...)
Será mesmo normal que os políticos e titulares de altos cargos públicos falem ao telefone em linguagem cifrada e conspirem contra o procurador-geral da República ou andem a trocar influências para saber como está este ou aquele processo?