domingo, março 11, 2007

O estado da coisa

A passagem dos dois anos sobre a chegada do homem a São Bento tem provocado no jornalismo lisboeta acessos incontrolados de entusiasmo que atingem já os patamares do delírio ou da loucura.
Ontem tinha sido o "Sol", com um monumental dossier em tons de epopeia: "Sócrates da infância ao poder", "os amigos de infância, os professores, as mulheres, as lutas políticas na Covilhã, a vinda para Lisboa e a subida ao poder".
Hoje foi o "Diário de Notícias", que começa por situar "Sócrates entre Cary Grant e John F. Kennedy".
Haja alguém que explique lá nas redacções que há limites para tudo - e que o ridículo também mata.

2 Comments:

At 5:08 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Se o ridículo, o cinismo, a hipocrísia e a roubalheira, de todos quantos têm estado ligados ao poder nestes últimos 32 anos, pagasse imposto e este nem precisava ser muito alto, o nosso País poderia equiparar-se aos mais ricos do mundo e o
ouro acumulado no Banco de Portugal seria certamente superior ao que está guardado a sete chaves em Fort Knox.
Com que então Sócrates situa-se (em elegância? eloquência? inteligência? sapiência? carisma?) entre o Cary Grant e o John Kennedy?!?! Ah! Ah! Ah! Mas será que li bem a comparação que o D. Notícias (através do texto do Manuel) estabelece entre estas três personagens? Mas e os jornalistas estarão a fazer pouco dos portugueses ou trata-se sómente de uma brincadeira de mau gosto? Claro que estão a gozar connosco descaradamente a ver se a blague passa despercebida, é engolida e digerida. Mas, já agora pergunto, de que modo é que eles o acham parecido com os outros dois: polìticamente, intelectualmente, fìsicamente, carismàticamente, ou tudo isto ao mesmo tempo?!?
O homem tem um aspecto físico um tanto ridículo, devo dizer - pés para os lados, um corpo meio desengonçado, pernas que parecem fios d'arame (e então quando ele vai praticar desporto de peito feito, cá e no estrangeiro, de calção e pernicas à vela... é o fim do mundo em cuecas, como soe dizer-se, neste caso apropriadamente) e é tão, mas tão 'zéquinha' - este epíteto nada tem a ver com o nome próprio que ostenta - bem, nem acrescento mais nada para não ferir susceptibilidades. Se ao menos fosse um grandessíssimo primeiro ministro ainda vá que não vá, mas òbviamente não é o caso, antes, é exactamente o oposto.
Quanto ao argumento sobre o seu 'altíssimo intelecto', como parece ser a qualidade que sobressai entre todas as outras e que os jornalistas sugerem aplicar-se-lhe que nem uma luva e com a qual eles já o 'consagraram', afiançando ser ele um autêntico portento, isto quando indícios múltiplos mostram justamente o contrário, é desarmante. Ou seja, eis aqui um homem com um potencial intelectual extraordinário, mas cujos discursos (e respostas aos jornalistas) estão baseados em frases feitas e inconclusivas na maioria das vezes, prèviamente preparados/as por alguém com um intelecto equiparado ao dele e posteriormente lidos através de teleponto, os quais, quando esmiuçados, são 'pérolas' de uma vacuidade sem par; alguém com uma consistência democrática dúbia; alguém com nenhuma lógica discursiva; com um vocabulário limitado, nenhuma facilidade de expressão e uma táctica política d'arrepiar (quando ele começa a explicitá-las entra imediatamente em piloto automático) e todas juntas e espremidas não enchem um cálice de licôr, dito doutro modo, são um dó d'alma.
Se este homem tivesse a mínima noção do ridículo e/ou alguém por perto que lhe mostrasse a figura triste que faz quando abre a boca para discursar ou simplesmente falar - ou quando desata a correr duas vezes por ano nas meias maratonas de Lisboa, mostrando ser um ginasta consumado, mas igualmente fazendo umas corridinhas nalguns países que visita, imitando os presidentes norte-americanos... - já haveria algumas compensações para a higiéne visual dos portugueses. (Os jornalistas vendidos que agora põem Sócrates ridiculamente nos píncaros e enxovalharam vergonhosamente (a mando e bem pagos) Santana Lopes - este pelo menos não é cínico, tem o dom da palavra, é simpático, educado e mais inteligente - bem podem limpar as mãos à parede pela 'bela' obra que estão a levar a cabo). Mas não, ele não tem ninguém por perto que lhe trave os ímpetos, ainda que quem o acompanha e assessoría, espera-se, o saiba perfeitìssimamente bem.
Eles, os que 'alcançam' o poder nos vários países (lá colocados por forças ocultas e poderosas e não por serem virtuosos, inteligentes ou por terem ganho quaisquer eleições, uma vez que os resultados destas são consecutivamente adulterados em todos os países onde eles 'implantam a democracia') podem ser e frequentemente são-no, as criaturas mais estúpidas e ignorantes do mundo e precisamente por isso são colocadas à frente dos governos para fingir que governam, porque, como se sabe, quem mexe efectivamente os cordelinhos é quem lá os colocou e se encontra longe, muito longe, onde tudo se decide. Os governantes, quaisquer que eles sejam ou o país a que pertençam, são escolhidos a dedo em reuniões secretas pelos mundialistas - como é do conhecimento geral - e empurrados para a governança dos respectivos países quer o desejem ou não e, claro, têm preferência aqueles capazes de dar total cabimento, satisfação e igual cobertura à sua cobiça, ambição e vícios asquerosos ilimitados e aqui o leque d'obrigações alarga-se enormemente. Os dirigentes nomeados, eles próprios criaturas ambiciosas e viciosas na sua grande maioria, quais paus-mandados fazem o semi-frete de governar sob tutela por uns tempos (com boas contra-partidas), regra geral pèssimamente, até que haja ordens para serem apeados (também pode haver "alternância de poder" inesperadamente, quando as convulsões dos povos se começam a pressentir e/ou a serem temidas por perturbarem os planos globais, ou simplesmente por questões logísticas) e logo substituídos em pseudo-eleições, ou no meio de crises políticas artificiais e propositadamente fabricadas, por outros fantoches iguais ou piores, raramente melhores, só para manterem os povos distraídos e alheados do que se passa à sua volta e convencidos de que 'aquele' político ou partido que foi 'votado' por 'maioria' tem todo o 'direito democrático' de governar e dando aos povos a percepção, noção, sensação ou ilusão enganosa de que vivem em plena e franca democracia. E os povos acreditam piamente que vivem realmente em democracia. Olhemos para o exemplo do Brasil, para não irmos mais longe. O cinismo, ambição, maldade, cobiça e hipocrisía dos mundialistas, não têm limites. E os políticos dos países que se submetem ao seu jogo são iguais.
E não se julgue que é só o Sócrates que anda metido neste lodaçal. Todos os que têm ido às reuniões dos 'Bilderberg' - Sócrates, Santana, Portas, Cavaco, etc., etc., etc., estes dois últimos parece ainda não terem lá estado, parece mas não é certo, ambos porém, em diferentes alturas, foram conferenciar com os Bush, um há muito tempo com o pai, outro com o filho ou com o braço direito deste, o que vem a dar no mesmo - mais todos os outros que por aí andam e já lá foram e todos os que não sabemos se lá estiveram porque não foram fotografados nem seus nomes constado nas listas de presença o que não quer dizer que lá não tivessem estado, ou os que lá não foram porque não convém que lá apareçam (normalmente os que ascendem mais tarde a presidentes da república...) - e estou a lembrar-me de uma quantidade deles que entram neste rol - mas fazem-se representar discretamente, todos eles navegam nas mesmas águas pútridas.
Quanto à 'inteligência agudíssima' deste-patego-às-ordens, basta atentar na qualidade e elevação dos seus discursos e nas expressões faciais que os acompanham. Ele, além de ser antipático e de não mostrar emoções, tem um rosto estranho e enigmático, um sorriso cínico e postiço, mas pior do que tudo isto e tal como foi caracterizado num título de um jornal, recentemente, é dissimulado, o que quer dizer que é falso como Judas. Neste particular ele não está sózinho, isso são-no todos, o pior é que é ele especìficamente quem detém neste momento o cargo de 1º ministro do País, o que se torna o assunto mais grave, se é que neste País algo ainda pode ser considerado grave. Digamos que os seus discursos, elucubrações, diálogos e prelecções, têm a "profundidade" de uma pocinha d'água de 2 cêntimetros d'altura, nem sequer de um charco..., por outras palavras, o homem é um verbo d'encher. Quanto às semelhanças físicas, políticas e intelectuais (qual destas exactamente tinham eles em mente?) que os jornalistas garantem ele possuir, relativamente a Cary Grant e John Kennedy, esta boutade ultrapassou os limites da decência, é como se afirmássemos, por exemplo, ser o comediante inglês Rowan Atkinson, fìsicamente, o retrato fiel do galã máximo d'outros tempos Clark Gable... e até, quem sabe, dadas as tremendas semelhanças entre ambos e caso fossem contemporâneos um do outro, poderem ter sido irmãos gémeos..., dá para imaginar o disparate?!?! Ou ainda jurar a pés juntos que o Tino de Rans (sem desprimor para este) física e intelectualmente é a cópia exacta de John Kennedy..., ora bolas, francamente! Como diz o Manuel e bem, o ridículo pode matar.
A adulação ao homem por parte da comunicação social(ista) é de tal monta que, repito, eles estão de certeza a brincar com os portugueses e a fazer destes idiotas chapados, aliás já o andam a fazer há muito e a brincadeira começa a atingir foros de insulto gratuito e grave e mais cedo ou mais tarde terá forçosamente que dar os seus frutos.
Se o estado do País não fosse terrìvelmente trágico, o endeusamento estapafúrdio que fazem ao patusco do Sócrates dava para rebentar de tanto rir.

Maria

 
At 8:43 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Acabei de ler e reler o comentário de "Maria".
Excepcional - eu, com todo o asco que sinto por tudo quanto se passa e nos aflige, seria incapaz de o ter feito, como parece, de uma penada.
Bem haja!
Gostaria de acrescentar, embora esteja implícito, que o idiotismo de quem nos governa desde a abrilada - queria salvaguardar Sá Carneiro apenas porque o conheci pessoalmente -, tem vindo num crescendo galopante sempre acolitado pela generalidade dos jornalistas, profissão cada vez mais detestável e em profunda degradação.
É a única explicação plausível para a sustentação dos fantoches - todos - que temos vindo a aturar.

Nuno

 

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