sexta-feira, março 02, 2007

Declaração de Calvão, Ílhavo, 24 de Fevereiro de 2007

Declaração de Calvão - Comunicado da Reunião da Federação Portuguesa pela Vida com as pessoas e grupos que estiveram envolvidos na campanha do Referendo e que se dispõem a continuar o seu trabalho em prol da Vida:

Aveiro, 24 de Fevereiro de 2007
Reunida em Calvão com pessoas que, em todo o país, estiveram activamente empenhadas na campanha do Referendo, a Federação Portuguesa pela Vida (FPV) vem declarar o seguinte:
1. A FPV manifesta a sua preocupação com o resultado do referendo, que representa um importante revés na causa da protecção dos mais fracos e da dignidade da Mulher e na defesa da vida humana em toda a sua plenitude, quaisquer que sejam as condições e as contingências.
2. Ainda que apenas um em cada quatro dos eleitores portugueses tenha votado “sim”, a FPV está ciente de que o “não” foi minoritário nos votos expressos. O processo legislativo que vai ter lugar na Assembleia da República deverá ter em conta a pequena dimensão desta circunstancial maioria. A FPV irá estar muito atenta ao que se vai passar, nomeadamente aos aspectos de constitucionalidade dos diplomas que vão ser elaborados e de conformidade com promessas que foram feitas em campanha pelos responsáveis das forças políticas que apoiaram o “sim”.
3. A FPV e todos as entidades e grupos reunidos em Calvão vêm exigir desde já as seguintes medidas ao Governo de Portugal:
a) Atribuição de um valor fixo a cada mulher que deseje levar a sua gravidez a termo num montante, no mínimo, igual ao montante que o Estado pagará por um aborto;
b) aumento da percentagem de financiamento das Associações/IPSS que acolhem mulheres grávidas ou crianças em dificuldade para 80%;
c) financiamento a 75% dos Centros de Apoio à Vida que fazem o acompanhamento de mulheres grávidas e famílias em dificuldade;
d) o controle efectivo e transparente através de relatórios semestrais e públicos das condições e outras circunstâncias relevantes da prática do aborto legal nos estabelecimentos de saúde públicos e privados.
4. A FPV considera que a temática do aborto livre em Portugal não se encontra de forma nenhuma encerrada, não apenas pela escassa expressão, quando considerado o universo eleitoral, mas sobretudo porque o Não angariou mais 200 mil votos do que em 1998, dos quais metade correspondem a um terço dos novos eleitores.
5. A FPV congratula-se pela fantástica mobilização em torno da causa do “NÃO”. De norte a sul do país, de forma voluntária e desinteressada, e apesar do clima mediático e político muito desfavorável, apareceram grupos plurais e espontâneos de pessoas que, batendo-se pelas suas convicções, deram uma lição de cidadania e de coragem cívica que tem ser reconhecida e salientada por todos.
6. A FPV entende ser importante canalizar esta explosão de energia para o surgimento e reforço das iniciativas de apoio à gravidez e à maternidade e, em geral, à vida em todas as suas fases. Nesse sentido, a FPV desafiou os presentes nesta reunião de Calvão para que se empenhem agora na criação e na dinamização instituições de apoio à vida, estendendo a todo o território de Portugal o trabalho que, há muitos anos, é feito pelas instituições que compõem esta Federação. O contexto legislativo que se adivinha irá aumentar a exigência e dificuldade deste trabalho e constituirá um motivo acrescido de compromisso de todos nesta causa de civilização que é acabar com o aborto.
7. A FPV recorda que do referendo saiu um vasto consenso nacional quanto à necessidade de combater o flagelo do aborto, legal ou clandestino, e quanto à necessidade imperiosa de não banalizar o aborto como meio de planeamento familiar. Tanto o “Sim” como, naturalmente, o “NÃO” assumiram publicamente a intenção de tudo fazer para evitar essas situações e fazer com que o número de abortos em Portugal se reduza ano após ano.
8. Hoje, após o debate do referendo, é também consensual em Portugal que em cada aborto morre sempre um ser humano e morre, seguramente, uma parte importante da vida da mulher.

2 Comments:

At 5:44 da tarde, Blogger Irredutível said...

Calvão é no concelho de Vagos

Bom fim de semana

 
At 7:53 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Para discussão, ou não, permito-me trazer esta notícia:

Roman Giertych, viceprimer ministro, titular de Educación y líder de la conservadora Liga de las Familias Polacas, ha vuelto a marcar distancias con respecto a la UE al proponer una Carta de los Derechos de las Naciones Europeas que, con la promoción de valores como la identidad nacional y el respeto a la vida y la familia, prohíba taxativamente el aborto y limite "la propaganda homosexual".
A su juicio, el camino por el que se adentra Europa lleva a su extinción. La Comisión Europea califica de "lamentables" las ideas de Giertych y asegura que velará contra cualquier discriminación. Giertych, de 36 años, sorprendió a los ministros de Educación europeos que asistieron el jueves en Alemania a una reunión en la histórica ciudad universitaria de Heidelberg con una intervención típicamente suya que trascendió ayer al hacerse eco la prensa germana y entregarse el discurso en Varsovia, donde el ministro se explicó en conferencia de prensa.
"La propaganda de la homosexualidad está alcanzando cada vez a chicos de menor edad", hizo notar Giertych a los ministros, a quienes instó a liberarse de "la dañina" corrección política. "No hay futuro para este continente si no empleamos todos nuestros medios para favorecer a la familia. Seremos un continente ocupado por representantes del mundo islámico, que sí se interesa por la familia".
"Europa necesita cambios", concluyó. "El aborto debe ser ilegalizado de inmediato. Hay que limitar la propaganda homosexual para que los niños tengan la idea adecuada de lo que es la familia".
Esas ideas inspiran la reforma constitucional que buscan los partidos de la coalición gubernamental encabezada por Jaroslaw Kaczynski, que ambicionan verla como modelo para el resto del continente a través de una Carta de los Derechos de las Naciones Europeas. "Lo que dije es que deberíamos volver al Derecho natural del que nació Europa", explicaba ayer el ministro ya de vuelta a Varsovia. "El Derecho natural incluye el derecho a la vida, el derecho a la identidad nacional y el respeto por la familia como unión de un hombre y una mujer".
Interessante, não é?

Nuno

 

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