sexta-feira, março 10, 2006

Contabilidade

Numa noite que ia comprida, estando já só dois ou três resistentes no sótão da velha casa do Barão de Quintela, de onde António Quadros procurava atrapalhadamente enxotar-nos sem cortar a corrente à conversa, o Orlando Vitorino confidenciou-me de súbito, inclinando-se e baixando a voz como quem diz um segredo, que segundo os seus cálculos existiam em Portugal umas quinhentas pessoas que liam.
Na altura olhei-o com algum sobressalto de espírito, mas pensando numa broma do filósofo – apesar da gravidade da expressão.
A verdade é que, decorridos quase vinte e cinco anos, estou cada vez mais convencido da razoabilidade da estimativa.
Ora vejam: o meu blogue conta com uns trezentos e trinta e tal leitores fiéis. Pensando na gente que foi morrendo ao longo do último quarto de século, admitindo ainda que uns poucos não têm computador, e por outro lado contabilizando também uns tantos que entretanto foram aprendendo a ler, tudo parece bater rigorosamente correcto.
Eram quinhentos então, andam pelos trezentos e cinquenta agora.

1 Comments:

At 9:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

se calhar menos, se existirem muitos como eu, que acedo de dois computadores

 

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