sábado, fevereiro 18, 2006

Nota de leitura do "Expresso"

Para concluir com os motivos de interesse que logrei encontrar por entre a espessura: vale a pena ler a entrevista de Manuel Fraga Iribarne, velha raposa da política espanhola e ibérica e que tem muito para dizer sobre a história destes últimos cinquenta anos; Salazar e Franco, Franco Nogueira, as relações luso-espanholas desde a década de trinta, a transição espanhola, a revolução portuguesa, são assuntos aflorados pelo olhar astuto do velho político galego.
Finalmente, o artigo de opinião de Jaime Nogueira Pinto. Gostei muito, e devo confessar que com alguma surpresa. O texto, oportunamente intitulado "guerras religiosas, não obrigado!", merece ser lido e destacado. Tratarei de o colocar aqui, logo que tenha tempo para o passar.
Muito bem feita a observação crucial sobre os animadores e entusiastas desta "guerra de religiões": eles não têm religião nenhuma! Mas querem que os que têm marchem em luta apocalíptica entre si...
"Os que temos fé - e aqueles que não a tendo, têm o sentido do sagrado e do respeito pelo sagrado dos que estão connosco nesta «civitas», que é o mundo - não nos podemos deixar, como nos Balcãs, arrastar para uma guerra «religiosa», provocada e chefiada por ateus".

3 Comments:

At 12:00 da manhã, Blogger António Viriato said...

Julgo que JNP não é aqui muito feliz, por não sublinhar o essencial : o ódio dos islamitas a muitos dos fundamentos da civilização ocidental, passe a amplidão e a banalidade da expressão. Em particular, a liberdade de expressão no Ocidente foi uma conquista de pensadores, filósofos e cientistas, que desafiaram as proibições das hierarquias : a religiosa e a do poder temporal, mesmo depois de estas se haverem separado. Os islamitas ainda aqui não chegaram, nem provavelmente chegarão tão cedo. Pelo rumo que levam, mais depressa chegarão ao obscurantismo mais medievo. Nunca poderemos aceitar a violência e a intimidação que nos pretendem impor sob a alegação de que devemos respeitar a sua crença religiosa. Aqui não cabem hesitações, nem pruridos ideológicos. Bem sabemos que muitos no Ocidente vivem num vazio ético-ideológico e que apenas se orientam pelo mais imediato hedonismo, mas isso não nos deve inibir de defender a liberdade de expressão pela qual eles mesmos nesta hora igualmente se batem. Rejeitar a nossa solidariedade neste transe apenas robustece a posição dos fundamentalistas islãmicos, que, de resto, já começaram a felicitar os que, entre nós, nesse aspecto, mais se destacaram. Pouco faltará para vermos Freitas do Amaral com um grande colar do crescente fértil ao pescoço e outros mais que já devem andar também com o pescoço estendido. É preciso ver o essencial e, sobretudo, não nos enganarmos com os interlocutores, neste suposto diálogo de civilizações...

 
At 12:57 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Ó Manuel, desculpe lá mas não há pachorra para o «Expresso»... nunca houve, aliás.

 
At 10:13 da tarde, Blogger C said...

Prezado Manuel Azinhal,

Tomei a liberdade de adiantar trabalho e transcrevi o artigo de Jaime Nogueira Pinto, agora, postado no "Portas do Cerco".
Fiz ainda referência a dois "postais" do seu blog.

Cordiais saudações,

 

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