quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Dez leis do Abrupto sobre os debates na blogosfera

Eu não gosto do homem, mas há que reconhecer-lhe o valor.
Apetece-me dizer dele o que Fialho de Almeida disse de outro: o seu pensamento é tal fornalha que anda sempre com os cornos em brasa.
Leiam-se as Dez Leis do Abrupto Sobre os Debates na Blogosfera, e admire-se a capacidade de observação: análise e sínteses perfeitas.
Raia os píncaros: "Os blogues colectivos morrem por implosão, os individuais por cansaço"...
Ah Pacheco, como te invejo!

6 Comments:

At 11:15 da tarde, Blogger vs said...

Pelo menos foi dos que 'abjurou' o Marxismo bem antes daquela formidável 'implosão' a que a Dupla do Monóculo (Sardinha & Pimentinha) deveria ter assistido. :)

"...há que reconhecer-lhe o valor"

Lá isso é verdade, e vai dizendo umas coisas interessantes, de quando em vez....embora às vezes M'espante

 
At 11:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Se abjurou ou não, não sabemos. Ele nunca o disse.
O que sabemos de ciência certa é que Pimenta ou Sardinha nunca precisaram de abjurar: nunca lá estiveram.

 
At 12:58 da manhã, Blogger vs said...

"Ele nunca o disse"

Olhe que não, olhe que não.

"... Pimenta ou Sardinha nunca precisaram de abjurar: nunca lá estiveram."

Pois sim, concedo.
Quando me referi a essas duas monoculares figuras foi apenas pensando no que se inferia das palavras deles: que ai Jesus que a Democracia Liberal ia ser atropelada e esmagada pelo Comunismo-e-a-URSS-e-um-burro-aos-pinotes.
Coitados...
Desprezadores da Economia como eram nunca lhes ocorreu nem por um segundo que o comunismo podia, pura e simplesmente.....FALIR.
Foi o que, felizmente, sucedeu.

Que Adam Smith nos acompanhe.

 
At 7:35 da manhã, Blogger Manuel said...

São falsas as duas afirmações que parecem resultar do comentário anterior:
1) Efectivamente, nunca Pacheco Pereira abjurou expressamente das crenças comunistas, não existe qualquer posição sua de condenação e demarcação do comunismo (limita-se a navegar na onda do "os tempos mudaram", o que é óbvio mas permite perguntar onde estaria ele se os tempos não tivessem mudado, o que aconteceu contra a vontade e a militância dele; e nós sabemos bem onde ele estaria).
Se eu estiver enganado, citem-me algum escrito do cronista onde este explique a sua posição sobre o comunismo e o repudie (o de hoje, o de ontem e o de sempre) sem equívocos.
2) Não é verdade que Alfredo Pimenta ou António Sardinha ao longo das suas obras, que são enormes, tivessem profetizado a vitória do comunismo; com efeito ambos afirmaram sempre e invariavelmente a sua convicção na superioridade do espírito sobre a matéria e a natureza anti-humana do comunismo, pelo que era inevitável a sua derrota final. Repito que isto é a posição invariável, dos dois, sempre.
Obviamente que alertavam contra os perigos do comunismo, e clamavam pela necesidade de o combater, angustiados pelas cumplicidades que minvam por dentro as sociedades ocidentais e permitiam que o comunismo avançasse como avançou (desde 1918 a 1925, data da morte de Sardinha, só a protecção das democracias, e rios de dinheiro, permitiram que o comunismo se implantasse na Rússia; e desde 1918 a 1950, data da morte de Pimenta, só a aliança expressa e as enxurradas de dinheiro das democracias fizeram possível que o comunismo se aguentassse).
De resto, se Pacheco está certo em ter abandonado o comunismo, como parece achar o comentador, lógico será reconhecer a imensa superioridade intelectual de quem nunca partilhou semelhante aberração e ao contrário lutou contra ela com todas as suas forças (literalmente, Sardinha e Pimenta lutaram até à exaustão completa, até à morte). E com tantos anos de avanço, quando ainda estava bem longe de ser tão clara a natureza do monstro, e os crimes deste, como no tempo em que Pacheco o exaltava fanaticamente.
Não espero que o Nelson aceite isto, apesar de se tratar de verdades gritantes, mas pode ser que outros leiam.

 
At 5:36 da tarde, Blogger vs said...

Manuel:

1 - apenas quis referir o facto de JPP ter 'saído' antes de 1989.

2 - JPP, por diversas vezes, disse muito mal do comunismo.

3 - o espírito não pode ser superior à matéria visto não se poder provar a existência do espírito, ao contrário da matéria. É exactamente por esta razão que, felizmente, o materialismo avança e vence, porque é NATURAL.

4 - "... lógico será reconhecer a imensa superioridade intelectual de quem nunca partilhou semelhante aberração e ao contrário lutou contra ela com todas as suas forças..."

Obrigado pelo elogio que me faz.
Com efeito, sempre estive onde estou.

5- reconheço o lapso. Quem escreveu que pensar numa vitória da Democracia sobre o Comunismo era 'uma ilusão louca e uma utopia inexequível' foi o prof. AJB.

 
At 7:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não sei onde o Prof. Brito terá dito ou escrito isso, e cabe a quem afirma fazer a citação correcta, para que se possa confirmar a autenticidade da citação. Mandam as regras (a citação também tem regras!).
De qualquer forma, a frase infelizmente não tem grande importância: nunca saberemos se a democracia podia ou não vencer o comunismo uma vez que ela nunca se resolveu a combater com ele.
E o comunismo acabou por ser derrotado devido à tenaz resistência dos povos, que nunca cederam apesar do abandono a que nessa luta foram sempre votados pelos poderes reinantes no universo democrático.
Os povos não venceram o comunismo com a ajuda da Democracia, que ao contrário preferiu sempre tentar viver com a fera, não se coibindo nunca de a socorrer de que nasceu até ao tempo do falecimento (e ainda agora as sobrevivências, como a China, são sistematicamente auxiliadas a manter-se pelo beneplácito da demo-plutocracia vigente).
É uma pena, mas é um combate que nunca se viu.

 

Enviar um comentário

<< Home