quinta-feira, dezembro 29, 2005

Marcelo entre nós

Por um impulso intrigante, o Rui Albuquerque resolveu partilhar com as massas umas longas reflexões sobre a esquecida figura histórica do Pof. Marcelo José das Neves Alves Caetano.
Talvez a deixar transparecer que os motivos do arrazoado estão mais no presente que no passado, chama-se a prosa "os filhos do viúvo".
Sobre o conteúdo, fiquei com uma sensação de estranheza. Não irei ao ponto de citar o citado, aproveitando a sentença que lhe atribuem e dizendo que o artigo tem coisas boas que não são originais e coisas originais que não são boas. Nem me parece a propósito: com sinceridade, não encontrei no texto nem nada propriamente novo nem nada que me parecesse especialmente bom. O que não é vulgar é este interesse pela osctracizada figura do malogrado político. Daí a minha estranheza.
Tenho a impressão que aquilo demanda continuação. O que era para dizer ficou por dizer. Ou eu sou péssimo entendedor.

2 Comments:

At 6:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro Manel,

Citar o Prof. Marcello Caetano num comentário feito, segundo reza a lenda, na arguição de uma tese de doutoramento de um comum amigo nosso, parece-me francamente excessivo para uma tão desmerecida prosa blogueira.
Quanto à substância da dita cuja, obviamente que não tem a pretensão de inovar em parte alguma. Não vejo, assim, como podes ter encontrado partes originais e de fraca qualidade. Apenas serviu para trazer à memória uma figura mal-amada da nossa História contemporânea, que mereceria melhor tratamento. Quanto ao mais, caro Manel, só banalidades, só banalidades, como, de resto, é timbre da casa.

 
At 11:02 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O trabalhador por contra de outrem que não exerce funções de direcção é, em regra, um tarefeiro. Faz o que lhe mandam, acata ordens, executa com competência, exerce com brio, pugna pelos objectivos, trabalha mais horas, empenha-se por aprender, é aplicado, inventivo, polivalente, respeitoso e desenrascado.

Quem trabalha numa empresa sabe que esta é a regra. Há excepções, naturalmente.

Mas dependendo de outros, o trabalhador tem uma margem de manobra limitada. Quem define as regras, os métodos, os meios humanos e técnicos, a formação especializada, as opções estratégicas, as metas, são os dirigentes e os empregadores.

Por outro lado, também não são os trabalhadores, quem traça os eixos em que assenta o progresso! Quem faz as escolhas do modelo económico e social! Quem interfere nas grandes opções dos planos de crescimento e desenvolvimento estratégico! Quem aprova as leis! Quem governa! Quem manda! Quem decide!

Os cidadãos e os trabalhadores em geral, são convidados a votar de quatro em quatro anos. Até lá não se vislumbram, chamamentos à participação cívica nem se criam estruturas amplas de observação, discussão ou de decisão participada. O que se vê é os partidos enxameados de oportunistas, de carreiristas, de interesseiros.

É por isso que há falta de competência, de visão estratégica, de conhecimento, de lucidez, Em contrapartida assiste-se a um excesso de ambição, de mentira, de oportunismo, mas também das “máfias” de interesses cruzados, que empurram para os trabalhadores em geral – os suspeitos do costume – a responsabilidade pelo estado do país.

É por isso que quando ouço o discurso açucarado de Natal do Sr. Primeiro-Ministro, “aos portugueses de boa vontade” e passados apenas três dias brindam os funcionários públicos com 1,5 por cento de aumento para 2006, não posso deixar de sentir um profundo nojo. Repugna-me tamanha hipocrisia! Mas isto sou eu… que tenho mau feitio.

 

Enviar um comentário

<< Home