quarta-feira, março 23, 2005

LUSA VOZ

Completou um ano O Pasquim da Reacção.
Em primeiro lugar, quero agradecer-lhe comovidamente as palavras que me dirigiu. Como ele já terá entendido decerto com amargura na sua caminhada de um ano, esta tarefa confronta-se com dois poderosos inimigos: um exterior, a estupidez, solene e solerte, teimosa e arrogante de tanta gente que nem sabe ler nem quer aprender; e outro interior, a solidão permanente, própria de um combate isolado e tantas vezes inglório.
Para esta adversidade só existe o antídoto de nos descobrirmos de vez em quando compreendidos e apoiados, e afinal acompanhados por outros poucos que por entre os ruídos do tempo sentiram as mesmas intuições essenciais. Obrigado portanto ao Pasquim da Reacção, simplesmente por existir, pela sua revitalizadora presença diária, e já agora também pela lisonjeira opinião que formou de nós.
Em segundo lugar, quero deixar-lhe os parabéns e a exortação que se impõe: é preciso continuar, continuar a batalha pela inteligência e pela cultura, afrontar a Besta da ignorância cega, espetar-lhe farpas no cachaço, desafiar lugares comuns e ideias (mal) feitas, sem respeitos hipócritas nem temores reverenciais.
("É preciso ficar aqui, entre os destroços, / E cinzelar a pedra e recompôr a flor")!
O Corcunda é o mais jovem de nós todos; espero que, Deus querendo, tenha um largo e glorioso futuro.