domingo, fevereiro 20, 2005

CASO ZUNDEL & PROPAGANDAS

Ainda sobre o tema Ernst Zundel recebi do leitor Élio Capitolino uma nova resposta aos comentários de Fernanda Leitão. Por consideração para com os dois, aqui fica. Mas por favor não me queiram fazer deste blogue uma página monotemática...

Não vale a pena alongar-me muito em relação aos comentários da Fernanda Leitão, uma vez que ela própria se identifica em tão alto grau, e com tanta vaidade, com a atitude dos três proverbiais macacos.
Mas permito-me notar que a sua afirmação de que «Depois de ter problemas com os USA,[Ernst Zundel] visitou mais uma vez o Canadá e deixou-se ficar aqui, tendo requerido o estatuto de emigrante residente» é altamente susceptível de induzir outros leitores em erro. Não foi Zundel que «se deixou ficar por aqui». O prisioneiro político número um do Canadá foi sequestrado nos EUA, há mais de dois anos, e entregue por uma polícia à outra, na fronteira, permanecendo encarcerado no Canadá, debaixo de um regime punitivo de solitária, até hoje.
Nos EUA -- onde vivia com a sua mulher de nacionalidade americana - foi detido sob o ridículo pretexto de ter faltado a uma reunião com as autoridades de imigração, coisa nunca antes vista em relação a um cônjuge de cidadão americano, com uma vida exemplar e produtiva, e sem qualquer cadastro criminal (nos EUA ou em qualquer outro país). Uma vez no Canadá, a situação tornou-se ainda mais clara e simples, porque se encontra detido ao abrigo de um «certificado de segurança» que permite emparedar qualquer um sem necessidade de acusação pública, e não de qualquer pretexto explícito.
Resposta à pergunta da Fernanda Leitão: «Ou mentem os filmes directos feitos quando os aliados chegaram a esses campos?»: a leitura introdutória que eu recomendaria, rumo a horizontes intelectuais um pouco mais elevados que os da aldeia dos macacos (de imitação), seria esta:
http://www.ihr.org/leaflets/libcamps.shtml
Pesquisa concreta em relação a cada campo, para não ficarmos pelas generalidades óbvias, pode ser realizada aqui:
http://www.ihr.org/main/search.shtml
Diz a Fernanda Leitão, satisfeita com a sua sabedoria: «Não será de esperar que eu consulte os sites indicados por saber o que a casa gasta.». Quem sabe, sabe, até descobrir que, por vezes, sabe nada e menos que nada.

Élio Capitolino