quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Temos veias de lua, olhos toldados,
Bebemos sonho e dispersão aos goles.
Entramos pela noite, embriagados,
E as nossas mãos fazem carícias moles.

Cá dentro escorre música de dança.
Mas as notas são vermes, dentro, em nós.
Qualquer apelo nos corrói, nos cansa,
E qualquer som nos enrouquece a voz.

Vem tu, grito solar, corpo desnudo,
Ó ímpeto da fé que nos aterra!
Tens pés de terramoto e geras tudo,
Ó Ares, Afrodite, Astarte, guerra!


Goulart Nogueira