sábado, fevereiro 07, 2004

O Rato é uma águia!

Confesso que li umas passagens do último artigo de Vasco Rato no “Independente” (todo não, que ando muito cansado e aquilo puxa muito pelo intelecto, já de si fraco).
Pelo que li, o famoso comentador dos jornais, televisão e rádio está a ficar preocupado porque não aparecem as armas de destruição maciça que enchiam o Iraque.
E diz ele, bem informado como é, que tudo indica que as tais armas não aparecerão nunca. Talvez não, talvez sim – penso eu. Há sempre a possibilidade de quem tem muitas enterrar lá pelo deserto uns quantos contentores das que lhe sobram para serem oportunamente descobertas.
Mas para já as fontes de Rato parecem inclinar-se para a não existência dos fantásticos arsenais que se tinha garantido lá existirem, prontinhos a dizimar as ameaçadas e mal defendidas forças anglo-americanas.
O articulista vai ainda mais longe: Blair e Bush não estavam a dizer a verdade quando nos juravam pela existência das tais armas prodigiosas, aptas a actuar em quarenta e cinco minutos.
Eu, modestamente, também já tinha desconfiado disso. Até já tinha pensado, embora sem dizer a ninguém, que as armas que os iraquianos realmente tinham eram tão parecidas com as antes referidas como o buraco onde Saddam foi apanhado se parece com os extraordinários bunkers de que se falava antes.
Mas, antes que tão horrenda suspeita ocorra a alguém, maculando a honra de tão excelsos varões, logo acrescenta Rato que Blair e Bush não estavam a mentir às respectivas opiniões públicas quando faziam tais afirmações.
Nem pensar nisso! Fica assente, como Rato diz: os homens não mentiram; o que eles disseram é que não era verdade.
Amigos, aqui entre nós o digo: as potencialidades desta direita nova não cessam de me surpreender.