sábado, janeiro 24, 2004

À Mocidade das Escolas

Por terra, a túnica em pedaços,
Agonizando a Pátria está.
Ó Mocidade, oiço os teus passos!...
Beija-a na fronte, ergue-a nos braços,
Não morrerá!

Com sete lanças os traidores
A trespassaram, vede lá!...
Ó Mocidade!... unge-lhe as dores,
Beija-a nas mãos, cobre-a de flores,
Não morrerá!

Turba de escravos libertina
Nem ouve os gritos que ela dá...
Ó Mocidade, ó louca heroína,
Pega na espada, arma a clavina,
Não morrerá!

Já desfalece, já descora,
Já balbucia... é morta já...
Não! Mocidade, sem demora!
Dá-lhe o teu sangue ébrio d'aurora,
Não morrerá!

Rasga o teu peito sem cautela,
Dá-lhe o teu sangue todo, vá!
Ó Mocidade heróica e bela,
Morre a cantar!... morre... porque ela
Reviverá!


GUERRA JUNQUEIRO